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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ciclo da humanidade

        O cheiro pútrido pairava pelo ar, a chuva veio somete para piorar a cena, transformando o sangue da queles indivíduos em uma lama avermelhada. Não demoraria muito para que aquele local ficasse infestado por fungos e bactérias e toda espécie de decompositores, viriam também insetos que depositariam seus ovos naqueles corpos e logo em seguida viriam os corvos e urubus que comeriam suas carniças. Não demoraria muito para que esse cenário macabro se apague.
         A carnificina que ocorrera ali já fora vista em outros locais e em outras épocas, mas mesmo sabendo da dor e sofrimento que isso ocorre, o ser humano continua a persistir em suas guerras, tudo por puro egoísmo e orgulho. E iremos continuar assim até que o último ser viva.
         Essa é nossa sina, pois quando ocorre um desastre vimos e sofremos, mas logo tudo se decompõem e tão instantaneamente esquecemos da dor que um dia causamos e vivemos.

sábado, 28 de setembro de 2013

Por Que Diabos?

Por que diabos,
você não sai, 
e finalmente
vai embora de mim?

Por que diabos,
você me persegue
em todos os meus pensamentos,
sonhos e até pesadelos?

Por que diabos,
mesmo quando estou com outro alguém,
minha mente está em você
e acabo me perdendo novamente?

Um dia me disseram
que todos encontram aquele nos completa,
mas acho que comigo não vai ser assim,
porque por mais que eu saiba que esse alguém não é você,
é tão difícil te esquecer
e encontrar outro que o substitua.

Só quero dormir em paz,
sem esse buraco no meu peito,
por saber que você não sai de mim,
mas que eu nunca entrei em você.

Infância que não volta mais

Como seria bom
Se nunca deixássemos de ser crianças.
Pensando em  mundo perfeito
Onde não há mentiras ou traições,
Um lugar onde céu não é escuro e que ninguém chore.

Lá sonhos jamais seriam esquecidos,
E não os deixaríamos de lado por motivo algum.
Viveríamos sorrindo, sem medo do amanhã,
Perdoaríamos rápido, não guardaríamos rancor,
Nos sujaríamos de lama, não existira labor.

Não haveria guerras por lá,
Amaríamos eternamente,
O amor eterno e mútuo
Sem desconfiança
Sempre todos juntos.

Mas nós não podemos,
Crescemos e esquecemos
Dos sonhos que um dia tivemos.
Agora só pensamos em dinheiro
E todo tempo ainda é pouco.

Não há mais sorrisos em nossas faces,
Não há mais luz em nossos olhos,
Não há mais verdades em nossas bocas,
Não há mais amizades em nossas mãos,
E não ha mais sonhos em nossos corações.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Um poema que não é de amor.

Quisera eu escrever poemas de amor
Mas a vida, injusta, não deixa
Pois criou a seguinte lei de que:
Ninguém poderia escrever sobre algo que nunca sentiu.
Eu até tentei revogar, falando que já havia amado,
Entretanto a vida, dura como sempre, respondeu que:
O amor era algo recíproco,
Que ninguém pode amar só
E esse que ama sozinho,
Ah pobre coitado, dele só podeira sair poemas de solidão,
Pois era unica coisa que poderia a vir sentir.

Maldita vida,
Sempre criando essas leis,
E ainda vem jogar na minha cara
De que a culpa não era dela
E sim minha
Que insisto em tudo que não pode dar certo.
Como pode ela não ver que essa culpa não me pertence,
E sim desse coração babaca?
Que vai se apaixonar por Fulano
Que gosta de um Ciclano,

E no fim acaba assim:
Fulano com Ciclano
O coração  machucado
A vida rindo
E eu sem meus poemas de amor.



quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Observando

      Andando a noite, pelas ruas frias de Curitiba, vejo pessoas deitadas no chão, enroladas com trapos que não os deixam morrer congelados por pelo menos mais uma madrugada. Vejo mulheres pelos becos, vendendo-se para homens que pagassem pela diversão. Vejo bêbados rindo, chorando e gritando. Vejo pessoas cansadas voltando de seus trabalhos. Vejo o sereno caindo e molhando lentamente cada fio de meu cabelo.
      Vejo muitas coisas, mas meus olhos estão cegos para a coisa que eu mais anseio ver, seu eu a conseguisse enxergar-la por somente alguns segundos, não precisaria ver mais nada, pois ela é a coisa mais importante de minha vida. Essa coisa tão importante é você, mas já não posso vê-lo, pois já estais longe com outra, uma que te fará feliz como eu nunca fiz.
      E agora eu estou aqui caminhando sozinha, gélida e vazia, observando a vida passar.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Inocência

        Com os olhos cheio d'água, seu coração não aguentava mais reprimir suas angústias, ele já estava saturado e o que acabava de testemunhar havia sido a última gota para que ele transbordasse de lágrimas.
        "Como pode seres humanos agirem de modo tão animalesco e feroz? Como podem seres humanos fazerem o que fizeram com uma pequena, frágil e inocente criança?" Pensamentos como esse a torturavam, mas não tanto quanto o de saber de sua incapacidade de fazer coisa alguma contra aqueles atos imorais, a não ser correr e chorar.
        Ela sabia que aqueles terríveis homens estavam a sua procura, não poderia haver testemunhas do ocorrido. Seu coração parecia estar atrofiando-se mais e mais a cada segundo. Nunca havia rezado na vida, porém agora estava pedindo clemencia a todos os Deuses que já tinha ouvido falar, pedia que conseguisse fugir, pedia que alguém a socorresse e pedia que, acima de tudo, que nenhum daqueles monstros a ti vesse a visto.
        Porém, para seu desespero, não demoraria muito para que aquela garota soubesse que o que tinha assistido e a deixado em pânico, não era nem metade do que eles poderiam fazer.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Silêncio de tua voz

Esse silêncio que você pronuncia,
Me corroí mais que observar tua partida.
Sem palavras, você me dilacerou,
Foi esse teu silêncio que me matou.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Chuva

        A chuva caia sobre seu corpo paralisado no chão. Seus músculos não queriam se mexer, só queriam aqueles pingos gélidos, que lhe pareciam a única coisa real naquele momento.
        Tinha perdido tudo, não que tivesse muita coisa, mas o que tinha era-lhe importante, entretanto nada dura para sempre, só a tristeza, que parecia eterna em sua vida, pois quando achava que havia conseguido a felicidade, não demorava muito para essa ilusão acabar, porque que nesse mundo de humanos não há nada que não seja mentira.
        Da pior maneira descobriu que todos não passam de Cinderelas, cada um com sua meia noite, mas não há final feliz e muito menos para sempre em nossas histórias, o único fim que nos espera é a morte.
        Os pingos ficavam cada vez mais forte, mas não ligava, havia coisas muito piores do que uma doença que se cura com apenas alguns comprimidos, isso não era nada comparado com a dor  que sentia em seu peito, aquele buraco profundo que ela não sabia como fechar e isso a levava a loucura. Suas lágrimas começavam a cair lentamente. Ela estava deixando-se levar pelo sentimento de angústia que a perturbava já algum tempo.
        Então chorou.
        Chorou não só por sua dores, mas também as do mundo, porém ninguém saberia disso, pois ela é só mais uma pequena gota nesse imenso oceano.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Esquecida

        Suja, pobre e faminta. Em um passado não muito distante ela ainda sonhava com uma vida melhor, com uma   roupa limpa, uma casa, uma família e um amor, mas infelizmente é dos mais sonhadores que a vida gosta de puxar o tapete, com ela não foi diferente.
        Vivendo uma realidade miserável, que não chega perto de seus sonhos, ela caminha pelo mundo como uma cigana, não tendo um local para chamar de lar e não possuindo nada para chamar de seu. Rouba, mente e trapaceia para continuar sobrevivendo, da tudo de si para conseguir seu pão de cada dia. 
         Sua vida agora é bem diferente da que sonhou algum dia. Ela sempre dizia que mudaria o mundo, porém é ele que a mudou, e deixou igual a todos outros seres sem esperança. Já não tem o por que de continuar neste lugar, mas nem mesmo a morte lembra-se da pobre coitada, deixando com que ela siga essa meia vida, onde o corpo respira e a alma fica perdida.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Teu Cheiro

Amo esse teu cheiro,
que me dilata o peito,
que me impregna as narinas,
que me faz ganhar asas.


É esse teu cheiro,
que faz parte do meu oxigênio,
fixado no meu sangue,
correndo pelo meu corpo em ziguezague.


Adoro teu cheiro,
que já está em meu cabelo,
que não sai mais da minha roupa,
que me arrepia toda.


É teu cheiro,
meu eterno companheiro,
e não importa aonde quer que eu vá,
ele irá me acompanhar.



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Máscaras

Caminhando pela grama, sinto o vento
Que me faz respirar.
Vou sonhando, vou cantando,
Já não vou mais chorar.


Lembro de quando éramos um, agora somos dois.
Não quero nem mais pensar,
Que na vida há só repulsa
E que o conjunto não dá.


O sangue escorre pelo corpo,
Já não quero mais dor.
A veia salta, o átrio espreme,
Coração quer bater.


Minha alma, minha agonia,
Solidão a crescer.
E não importa o que eu diga,
Sem você não quero mais viver.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

João de Barro

         

                   Escuridão, sufoco, angustia e o medo, estão todos juntos dominando os seus últimos segundos. O tempo estava acabando enquanto sua vida passava diante de seus olhos, e acada milésimo de segundo ela se arrependia de suas escolhas e ações, mas não adiantava mais olhar para trás, seu destino já fora selado.
                  Sempre achou que não tinha medo da morte, entretanto agora que estava enclausurada naquele sarcófago de vidro, o desespero lhe corria por suas veias e um grito sufocado tentava sair, porém ninguém a escutaria, nem aquele homem já não mais escutava.
                    Ele, agora já sentado, estava respirando com certa dificuldade, fizera muito esforço durante aquela noite, mas sabia que havia valido a pena. O sangue do seu braço secara, só lhe restava as marcas de alguns arranhões que seriam a lembrança da resistência de sua amada. Ele não sabia que ela tentaria agir daquela maneira, em hipótese alguma queria machuca-lá, entretanto a resistência dela havia passado dos limites. Por que sua pequena não conseguia entender que para preservar um amor precisamos guarda-lo, para que nenhuma pessoa o roube?
                     No entanto agora ele pode dormir tranquilo, ninguém iria tira-la dele, pois ela estava segura abaixo de seus pés.

A Porta

            A espera o agoniza, já havia duas horas desde o momento em que ela passou por aquela porta inerte sob a maca.
         Enquanto olhava para a porta, mil e um pensamentos passavam por sua mente, e culpa pelo acontecido corroía suas entranhas, e pensar que estava olhando para o lugar de onde sairia sua sentença não lhe ajudava em nada, mas não havia como negar que a notícia que saísse de lá faria com que ela virasse uma porta da esperança ou do inferno. 
               Mal ele sabia que a sua espera logo acabaria.

Senhores ninguém

                Já não se escutava mais guizos alegres e pessoas felizes pelas ruas, agora só havia corpos hipotérmicos jogados pelo chão, corpos esses que não tinham nome, família ou casa, só lhe pertenciam a dor, a rejeição e as partes congeladas de seus seres, se é que podemos chamar assim esses incógnitas sofridos que da existência ninguém lembra, somente a morte que vem açoita-los nos dias de frio.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sua


O sonho já me escorre por entre os dedos
A cada segundo que passa
É um segundo mais perto do fim,
Da solidão, da insegurança.


Já sabíamos que isso aconteceria,
Mas no começo não ligamos
E fomos caminhando sem pensar
Pela bela rua sem saída.


Agora no fim você conseguiu
Escavou até a mais dura rocha do meu ser
Chegou mais longe que qualquer outro
Me deixou pronta para desmoronar.


Eu sei que para você
Sou só mais uma que passou por tua vida,
No entanto, em mim
Você deixou a marca de ferro quente.


Meu coração, minha respiração,
Meu choro, minha voz
Meu colo, minha língua,
Dei todos eles à você.


E como um grande maestro
Você conduziu o nosso concerto,
Entretanto, ele não terá um final feliz
O mundo não nos permite isso.


Escrevo esse versos,
Que você nunca lerá,
Mas que me lembraram
Do gosto de teus beijos.


Se valeu a pena? Eu não sei
É muito cedo para saber.
Foi bom enquanto durou,
Mas como tudo em minha vida, acabou.