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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Borboletas

        Sentada sobre a terra batida, seu coração estava acelerado e seu corpo suando, não havia sobra alguma para se refrescar e já estava cansada de procurar, então ficou por ali mesmo, encostada em um muro qualquer.
         Enquanto descansava, seus olhos depararam um pequeno casulo branco abrindo-se e saindo de lá uma bela borboleta azul, que a fez divagar em seu pensamentos, como o de querer ser como aquela borboleta, que se libertou de seu passado e está começando um novo futuro. 
          "Ah como devia ser triste a vida dessa borboleta enquanto ainda era uma pequena larva, os animais queriam come-la, era tachada de nojenta, perigosa e repugnante por humanos que faziam de tudo para mata-lá com venenos, sapatos e vassouras. É com certeza ela não sabia o que era o amor, mas mesmo assim ela lutou para continuar sua vida. Entretanto sempre chega uma hora que, apesar de querer continuar, simplesmente lhe falta força para isso, e o que você mais quer é se esconder do mundo e ficar só, isolado de todos, pois foi isso mesmo que ela fez, construiu uma barreira entorno de si, deixando a dor tomar conta de seu ser, suas agonias, sua dores, suas mágoas, colocou tudo para fora, deixou de guarda-las em seu pequeno coração que já estava saturado disso.
        E depois de algum tempo ela finalmente sente seu corpo leve, sem mais mágoa. Finalmente está na hora de deixar seu refugio e viver uma nova vida. Por isso ela deixa para trás seu casulo, juntamente com todo seu passado, e vai em busca de algo novo e com ajuda de suas asas ela deixa-se levar pelo vento e vai explorar o imenso azul.
          Borboletas... como gostaria de me desprender das coisas como vocês, viajar pelo céu, sem nenhuma corrente em meu corpo. Ah como seria bom..."
          Um pequeno sorriso surge em seu rosto, juntamente com uma pequena partícula de esperança de que tudo um dia poderia mudar. Mas por enquanto isso não ocorreria, então continuava sentada sob o sol descansando um pouco da vida.

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